terça-feira, 26 de agosto de 2014

Eu tenho psioríase

O blog foi criado para eu me esforçar em procurar, ou fazer coisas legais para me distrair dos meus problemas. Nem que eu não tenha milhões de visualizações, mas apenas para eu mesma prestar um pouco mais de atenção nas coisas boas da vida. Por isso, tento pelo menos evitar falar de coisas ruins, ou reclamar nesse cantinho. Mas ontem vi esse vídeo no youtube e tomei a decisão de falar sobre minha doença por aqui também, não em forma de lamentos,e sim tentar falar de uma forma leve. Achei tão legal que o Gabriel Oliveira falou de uma coisa tão chata de uma forma tão engraçada, claro que não tenho esse "dom do humor" que ele tem, mas quero que fique claro que não vou chorar pitangas, apenas falar um pouco sobre como me sinto sobre isso.

Psioríase é uma doença na pele, que quando "ataca" faz algumas áreas descamarem, e ficar com um aspecto esbranquiçado. Pode aparecer em algumas áreas do corpo bem específicas, como joelhos, cotovelos e pés, às vezes no couro cabeludo ou dependendo do caso pode aparecer no corpo todo. Geralmente desenvolve na fase adulta das pessoas, e não há ao certo uma explicação do motivo do aparecimento da doença, mas muitos médicos afirmam ter origem psicológica, que é ocasionado pelo stress. É uma doença crônica, não tem cura, apenas tratamento. NÃO É CONTAGIOSA.  

No meu caso, essas lesões aparecem nas mãos, nos pés, nos joelhos e cotovelos. E as lesões começaram a aparecer quando eu era criança, o que não é comum, eu tinha uns quatro ou cinco anos. Talvez isso tenha sido bom, pois eu "me acostumei" com o problema. Porém, claro que foi difícil em algumas ocasiões, tive vergonha em vários momentos da minha vida, mas a doença em si não incomoda nem um pouco, o que incomoda é a reação das pessoas ao perceberem que há algo diferente em mim que elas não conhecem, então, sem cerimônia perguntam o que vem na cabeça, sem medo de magoar. E as perguntas sempre são as mesmas:

- O que você fez nas mãos?  

Não fiz nada, nasci assim - É psioríase, você sabe o que é? - Claro que não sabe, pela cara de meu-deus-você-é-um-monstro.

 - Não! Psio o quê?

Lá vamos nós de novo - Psioríase é uma doença que bláblábláblá...

 - E isso dói?

Dói sua falta de sensibilidade em permanecer nesse assunto.  - Não, não dói.

- E coça?

- Não, não coça.

 - ... - E isso vai passar pra mim pela respiração será? Ou será que vai passar se eu encostar em você?

- Não se preocupe, isso não é contagioso, talvez meus filhos tenham mais chance de desenvolver a doença, mas você não vai pegar.

- Que isso, eu sei, não perguntei isso.

- ... - Sei.

A conversa continua, perguntando se tem cura, se não é alergia mesmo, ou se eu já tentei usar o remédio X que a irmã postiça da sua prima que tinha uma alergia tinha usado e foi realmente muito bom. Às vezes, quando estou sem saco, apenas respondo que é alergia. Assim, na cara dura. Minto mesmo, que diferença vai fazer na vida delas saber se é alergia mesmo, ou uma doença sem cura? Nenhuma diferença. 

Bom, o que prometi no começo do post não consegui cumprir, lembra - sem chorar pitangas, ser leve ao falar sobre isso? 
Ta, tudo bem. Agora que já falei a parte chata, quero deixar claro que isso é apenas um problema estético para mim. Não me causa dor, não vou morrer disso. É apenas parte de mim, de quem eu sou. Às vezes acho tão chato ter esse problema, quanto acho chato meu cabelo ser cacheado. Apenas isso. Nesses dias faço uma escova, passo um leave-in que descobri que funciona, me besunto de creme hidrante, principalmente nas mãos, pés, joelhos e cotovelos, tomo um monte de água e voilà, me sinto a pessoa mais bonita do mundo.

Penso que sem essa doença, eu poderia ser muito diferente. Uma pessoa à toa, que não gosta muito de pensar antes de falar algo que possa magoar. Uma pessoa que prefere músculos do sexo oposto à uma conversa interessante. Tenho minhas opiniões, minhas buscas, meus questionamentos, em parte por ter sido um pouco reclusa durante minha infância e adolescência e preferir na maioria das vezes a companhia de livros à das pessoas. Mas como disse antes, isso faz parte de mim, do que sou hoje, então, não pode ser assim tão ruim.

5 comentários:

  1. E u acho vc linda de qualquer jeito... e as vezes as pessoas não têm muito tato mesmo..rsrsrs Eu sempre gostei das pessoas conhecendo-as, não observando-as...e procuro ensinar a Nic a enxergar o que a pessoa é em sua personalidade, sem preconceito...tratar igualmente todas elas, não importa seu físico, sua posição social, enfim. ´Pois o que importa são as conversas, as risadas, os bons momentos...

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  2. eu concordo e assino embaixo no que a mona falou, hehehe quem te conhece admira tantas coisas em você que isso realmente passa a não existir

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  3. AH, e o vídeo é ótimo he he he ...tem que tentar fazer igual ele...levar com normalidade.. beijoss

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