segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Juca



Meu pai e minha mãe há alguns anos eram como os Dj's da época deles, faziam o som e as "playlists" nas festas das igrejas na redondeza da cidade, principalmente nas igrejas do interior. Acho que meu amor pela música deve ter começado ali, no meio das músicas caipiras, vanerão, gauchesco, tudo rolando no toca-discos que era ligado no sistema de som que saía nas cornetas amarradas em postes altos para mandar as músicas para cada cantinho do pátio em volta das igrejas. 

Antes dos meus pais se casarem, meu pai junto com meu avô fazia a alegria dos bailes de casamento. Os dois tocavam gaita, como chamamos por aqui no sul, em outros lugares do país chamam o instrumento de acordeon. Além disso, apaixonado pela música caipira, meu pai desde os tempos de solteiro fez programas para rádios AM, sempre incentivando novos talentos, alguns tão novos que mal conseguem segurar a viola. 

Mas a música nunca foi o ganha pão do meu pai, sempre foi apenas hobby. Depois de sair da roça, ele foi para cidade abrir seu próprio comércio, onde está até hoje, quarenta anos depois. Ele começou fazendo seu próprio aparelho de rádio, isso mesmo, com algumas peças vindas do curso por correspondência ele montou sozinho seu primeiro rádio. Então começou a consertar os rádios que eram a única opção de entretenimento da época (pelo menos ali na região onde ele morava) e montou sua oficina. 

Esses anos todos lidando com essa paixão pela música renderam muitas histórias que nunca canso de ouvir, e quando penso que já ouvi todas, felizmente em alguma tarde de domingo na hora do café, me surpreendo com algum novo causo. Adoro quando isso acontece.


Essa é a música de abertura do programa do meu pai no rádio. 

2 comentários:

  1. Oi, eu acabei de conhecer o se blog e estou adorando. Gosto da forma como você escreve, bem leve. E gostei da história sobre o teu pai, deve ter sido muito boa essa época da vida dele. Beijinho.

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    1. Oi! Seja muito bem-vinda, fico feliz que esteja gostando desse humilde espacinho =) Quanto ao meu pai, bom, deve ter sido muito bom mesmo, pois ele ama contar as histórias da época rsrs =) Obrigada pelo comentário e espero que volte!
      Beijo!

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