quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

A Casa de Thendara, de Marion Zimmer Bradley


O que realmente me chama mais atenção nesta obra da Marion (a leitura está em andamento) é que apesar de ser um livro de ficção, muitas passagens são muito verossímeis. O futurismo não tem mais importância do que um pano de fundo para as relações entre diferentes formas de pensar, de agir, enfim, tudo o que cerca a natureza e o comportamento humano em diferentes sociedades, e como o estranhamento entre essas diferentes formas de ver o "normal'' alheio pode transformar a forma como nós mesmos encaramos o nosso próprio "normal". Isso inclui desde as formas de vestimentas, apropriadas para cada realidade, até as questões mais complexas, como a forma com que os indivíduos encaram o próprio destino, se é comandado ou não pelas forças externas que os induzem a tomar uma decisão ou outra, tanto no que diz respeito à uma profissão, à um casamento, ou a ter filhos. E todos esses questionamentos vindo de personagens mulheres, fortes, com personalidades profundamente complexas, traz uma clareza muito grande sobre o quanto a sociedade precisa evoluir para poder tratar com naturalidade todas essas diferenças culturais às quais estamos inexoravelmente atrelados. Um livro completamente atual e pertinente para a realidade atual brasileira: como levar diferentes pensamentos em consideração, mantendo a "diplomacia" entre os povos, e aceitando o próprio estranhamento diante do diferente e entender que  o diferente também estranha o nosso "normal".

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